Esta é a Copa do futebol, mas também dos direitos humanos, das mulheres, da cultura árabe, dos torcedores ricos. Agora também é dos Meninos sem Pátria
O noticiário relatou a emoção de Embolo, centroavante suíço, nascido em Yaoundé, capital de Camarões, ao saber que enfrentaria seu país natal na primeira fase da Copa do Mundo. O gol da vitória e sua comemoração constrangida abrem o sexto debate desta Copa do Mundo.
O Qatar é o local para discussões sobre questões não negociáveis, como direitos humanos, mulheres e comunidade LGBTQIA+. Mas também é um lugar para aprender a conviver com a cultura árabe, entender a evolução esportiva do futebol, olhar os ricos hinchas do metrô, pensar na questão política das ditaduras absolutas nos países árabes.
São muitos copos em um. A desta quinta-feira, antes da estreia no Brasil, é a dos meninos sem pátria. Embolo nasceu em Camarões, cresceu até os cinco anos, viajou para a França depois que seus pais se separaram, viu sua mãe se casar com um cidadão suíço e obteve a cidadania aos 17 anos. demonstra que Embolo não é indiferente ao fato de ser camaronês.
Não é uma imposição, nascer num lugar e sentir-se parte dele. Deco disse que nunca jogaria por Portugal seis meses antes de assumir a nacionalidade portuguesa. Pode ser um problema profissional. Em outros casos, ter cidadania significa receber o respeito da comunidade local. A questão é por que há uma Copa do Mundo, em vez de torneios de clubes, nesses casos.
Muitas vezes é cínico não comemorar gols em jogos de clubes. Respeito à torcida adversária é desrespeito à torcida do time que paga o salário. Neste caso, a questão é diferente. Se Embolo se sente camaronês, por que joga pela Suíça? Se jogar por uma seleção é uma questão de profissionalismo, por que não restringir o futebol aos clubes?
O golo de Embolo deixa claro que a Seleção não é a Pátria das Chuteiras. Muitas vezes é muito menos do que isso.
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