Provável final rubro-negra da Libertadores deve premiar quem foi mais ousado para se reforçar e não ficou admirando a paisagem
Batuco essas linhas antes do segundo jogo da semifinal entre Flamengo e Vélez. Espero que não apareça uma versão turbinada do Cabañas para derrubar meu texto. Mas tudo indica que, merecidamente, Flamengo e Athletico-PR decidirão o título da Libertadores.
Deve se confirmar uma recompensa à ousadia de dois clubes que souberam aproveitar a janela de transferências do meio de ano para aumentar seu potencial e reposicionar as forças no futebol nacional e sul-americano.
O Flamengo, que já era forte, deu a Dorival Júnior um elenco que nem Jorge Jesus teve. Buscou nomes daqueles que chegam para jogar, sem tempo de adaptação e outras desculpas. Tipo Vidal e Cebolinha. Empoderou sua ótima base e conseguiu montar dois times competitivos. Jamais do mesmo nível, mas capazes de jogar de igual para igual com qualquer adversário.
O Furacão foi ainda mais ousado. Apostou em Felipão, para quem muita gente ainda olha feio por causa dos 7 a 1, e aproveitou o lado sentimental para convencer Fernadinho, outro em cuja testa seguem colados os gols da Alemanha, e dar a seu time, que já era bom, um atleta que até outro dia jogava entre os melhores do mundo em altíssimo nível. Fernandinho foi a décima-oitava contratação do clube, que empenhou R$ 64 milhões na busca por mais qualidade para um time que ganhou a Sul-americana em 2021.
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No mundo dos negócios é comum um tipo de análise que avalia onde uma empresa está posicionada, em que patamar estão seus concorrentes e qual a posição que esta empresa almeja alcançar em determinado espaço de tempo.
No esporte de alto rendimento não é diferente.
Embora tenha cumprido uma trajetória brilhante até a janela de transferências, quando ela se abriu o Verdão ficou tal qual Carolina e não viu o tempo passar. Contratou timidamente, nomes pouco conhecidos que não agregaram desempenho e trajetória de excelência. Não elevou a qualidade de seu elenco, que está muito perto do limite, nem corrigiu defeitos. O clube era o alvo a ser batido, a prateleira a ser alcançada e pouco fez para se defender.
As opções de mudança de Abel Ferreira são poucas e limitadas, há menos injeção de novos valores da base. Seis jogadores que estavam na semifinal da Libertadores de 2018 seguem no time. Bom pela continuidade, mas ruim pela falta de correção de rumos. Registre-se que em 2018 o Palmeiras fez o que Flamengo e Athletico estão fazendo, escalando dois times diferentes para distintas competições. Ganhou o Brasileiro e caiu na semi da Libertadores, com Felipão no banco.
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O Palmeiras segue sendo muito forte e o grande favorito à conquista do título nacional, o que pode manter o clube na pegada vencedora que se reiniciou em 2015. Mas claramente está sendo confrontado por seus limites – que não soube expandir – como qualquer clube e qualquer pessoa. O que sairá desse confronto determinará o caminho a ser trilhado pela instituição nos próximos anos.
O jogo de futebol se decide nas quatro linhas, mas as temporadas são pensadas e executadas com planejamento e ação fora de campo. Muito além da simples troca de treinadores, há uma análise frequente, e tomadas de decisão tardias custam caro.
Como diz o brilhante repórter Wanderley Nogueira, contratação boa é a que dá certo.
“Quem se desloca, recebe; quem pede, tem preferência”, ensinava Gentil Cardoso.
Como sempre, a bola ensina, inspira, premia e pune.
Mas oferece belas oportunidades de redenção, como estão escrevendo Felipão, Fernandinho e Pablo.
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