Retrospecto aponta equilíbrio nos duelos eliminatórios entre São Paulo e Flamengo na história

Resumo
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As conquistas da Supercopa e da Copa dos Campeões não são as mais badaladas, mas ofereceram jogaços à memória do confronto entre São Paulo e Flamengo

Ao longo da história, Tricolor e Rubro-Negro já se enfrentaram seis vezes em um retrospecto equilibrado: cada um superou o outro três vezes. 

Os duelos começaram em 1993. Paulistas e cariocas se enfrentaram pelas quartas de final da Copa Libertadores. E o Tricolor levou a melhor após empatar em 1 a 1 no Maracanã na ida e vencer por 2 a 0 no Morumbi a volta. 

A dupla voltou a se encontrar naquele mesmo ano, em novembro, em uma histórica final da Supercopa. Novamente deu São Paulo: após dois empates em 2 a 2, o Tricolor superou o Fla nos pênaltis por 5 a 3. 

Após a série inicial só com derrotas, o Flamengo começou a virar o retrospecto ao longo dos anos 1990 e início do novo milênio. Incluindo o título da Copa dos Campeões de 2001, quando bateu o Tricolor após vencer o primeiro jogo por 5 a 3 e perder o segundo por 3 a 2. 

O reencontro da dupla em jogo eliminatório só aconteceu em 2020. Pela primeira vez Tricolor e Fla se enfrentaram pela Copa do Brasil. E no duelo válido pelas quartas de final, melhor para os paulistas, que venceram os dois jogos (2 a 1 e 3 a 0). 

Ao todo, os dois rivais já se enfrentaram 141 vezes na história, com 56 vitórias são-paulinas e 45 triunfos flamenguistas, com outros 40 empates.º

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Flamengo e São Paulo fizeram uma série de duelos marcantes nos últimos anos. O Tricolor se deu melhor nas quartas de final da Copa do Brasil de 2020, quando eliminou os rubro-negros. Nas últimas duas temporadas, em compensação, os flamenguistas venceram todos os embates com os são-paulinos – emplacando aí duas goleadas sonoras. O novo confronto decisivo, agora pelas semifinais da Copa do Brasil, é a deixa para relembrar alguns encontros grandiosos entre os clubes. Não são as finais mais importantes, mas as duas equipes fizeram decisões verdadeiramente eletrizantes na virada dos anos 1990 para os 2000. A Supercopa da Libertadores de 1993 traz uma memória doce aos paulistas, assim como foi a Copa dos Campeões de 2001 aos cariocas.

O ano de 1993 foi excepcional ao São Paulo. O Tricolor conquistou o bicampeonato mundial e também o bicampeonato da Libertadores. Na competição continental, o time de Telê Santana chegou a superar o próprio Flamengo nas quartas de final, com os rubro-negros ostentando o rótulo de campeões nacionais do ano anterior. Já o tira-teima entre os dois clubes aconteceu em novembro de 1993, antes que os são-paulinos se consagrassem em Tóquio. A Supercopa da Libertadores reunia todos os times que já tinham sido campeões continentais e teria uma respeitável final entre paulistas e cariocas.

A Supercopa era uma verdadeira celebração às camisas pesadas. Assim, os dois times chegaram à decisão com campanhas respeitáveis. O São Paulo deixou pelo caminho Independiente, Grêmio e Atlético Nacional. Já o Flamengo chegava embalado depois de derrubar Olimpia, River Plate e Nacional de Montevidéu. As duas equipes estavam desgastadas pelo calendário cheio, ambas disputando paralelamente o quadrangular semifinal do Campeonato Brasileiro. Só que o favoritismo era mesmo do São Paulo, diante do trabalho consolidado de Telê Santana no Morumbi. Atrasos de salários e rachas nos vestiários atravancavam o Fla.

Herói na conquista do Brasileirão de 1992, o maestro Júnior tinha se despedido dos gramados e assumido o posto de técnico. Muitos dos companheiros no título nacional seguiam na equipe, numa base bastante jovem. Gilmar Rinaldi, Júnior Baiano, Charles Guerreiro, Marcelinho Carioca e Nélio estavam entre os destaques remanescentes, enquanto o ataque trouxe Renato Gaúcho e Casagrande. Já o São Paulo de Telê Santana repetia uma formação histórica, com várias lendas do bicampeonato mundial. Zetti, Cafu, Ronaldão, Toninho Cerezo, Palhinha, Leonardo e Müller pintava no 11 inicial, com a ascensão de Juninho Paulista.

O Flamengo teve uma revanche continental na menos prestigiada Copa Ouro, que venceu em decisão contra o São Paulo em 1996. Sávio anotou os três gols na vitória por 3 a 1 sobre os tricolores. Já em 1997, os flamenguistas deixariam os são-paulinos pelo caminho na semifinal do Torneio Rio-SP. Em nível de emoção, a final que se equiparou à da Supercopa de 1993 aconteceu em 2001, na extinta Copa dos Campeões – torneio que reunia campeões regionais e alguns estaduais, valendo vaga na Libertadores. Seriam dois embates trepidantes entre um Flamengo tricampeão carioca, com a magia de Petkovic na inesquecível vitória sobre o Vasco, e um São Paulo vencedor do Rio-SP, na campanha que marcou a explosão de Kaká.

O Flamengo passou por Bahia e Cruzeiro nas fases anteriores da Copa dos Campeões. Zagallo dirigia a equipe que mesclava pratas da casa e medalhões. Petkovic, Edílson, Beto e Gamarra eram as estrelas ao lado de novatos como Júlio César, Juan e Reinaldo. Leandro Ávila foi desfalque na ida por suspensão. Já o São Paulo tinha o comando de Nelsinho Baptista. Também possuía uma mistura interessante, com figuras de relevo como Rogério Ceni, França, Luis Fabiano, Kaká, Belletti e Júlio Baptista. Ceni, entretanto, vinha em litígio com a presidência e tinha sua saída especulada na imprensa. Os tricolores acumulavam quatro vitórias na campanha, passando por cima de Sport e Coritiba nas fases anteriores.

A Copa dos Campeões, embora decidida em dois jogos, era realizada no Nordeste. A primeira partida aconteceu no Almeidão, em João Pessoa. O Flamengo venceu num memorável 5 a 3. Mais aceso, o Fla deu trabalho para Rogério Ceni desde os primeiros minutos. O gol saiu aos 15, quando Reinaldo driblou o goleiro e rolou para Edílson escorar. A resposta do São Paulo veio três minutos depois, com o empate de Luís Fabiano, após cruzamento de Gustavo Nery. Nada que amedrontasse os rubro-negros, ainda melhores, até o segundo gol aos 24. Agora Edílson foi o garçom, com uma bicicleta que Reinaldo completou de cabeça. Infernal naquela tarde, Reinaldo ainda entregaria um bolão para Beto fuzilar o terceiro aos 37.

O título da Copa dos Campeões levou o Flamengo para a Libertadores de 2002, num retorno às competições continentais após nove anos – desde a eliminação para o São Paulo em 1993. Já nas duas últimas décadas, os reencontros de rubro-negros e tricolores em mata-matas foram bem raros, restritos apenas aos cruzamentos recentes na Copa do Brasil. É ver se essa semifinal de 2022 faz jus a uma história bastante rica entre os dois oponentes.

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