Em abril de 2025, o Atlético Mineiro enfrenta um cenário financeiro desafiador, com uma dívida líquida estimada em R$ 1,4 bilhão. Esse montante representa um aumento de R$ 90 milhões em relação ao ano anterior, quando a dívida estava em R$ 1,31 bilhão.
Composição da dívida
A dívida do clube está distribuída da seguinte forma:
- Empréstimos bancários: R$ 507 milhões, com o BTG Pactual sendo o maior credor, detendo R$ 191 milhões.
- Obrigações relacionadas à Arena MRV: R$ 410 milhões, referentes a custos de construção, contrapartidas e tecnologia. O valor total do estádio é estimado em cerca de R$ 1 bilhão.
- Programas governamentais (como Profut e PERSE): R$ 354 milhões.
- Contas a pagar: R$ 129 milhões, que incluem investimentos em contratações de jogadores, fornecedores e outros compromissos operacionais.
Estratégias para redução da dívida
Para enfrentar esse endividamento bilionário, a diretoria do Atlético-MG vem adotando uma série de medidas estratégicas e operacionais:
- Emissão de debêntures: O clube arrecadou R$ 60 milhões com a primeira emissão desse tipo no futebol brasileiro, com foco no reperfilamento da dívida.
- Atração de novos investidores: A SAF do clube tem como prioridade trazer novos aportes financeiros, com o objetivo de reduzir a dívida onerosa e tornar o Atlético-MG mais sustentável financeiramente.
- Reestruturação dos passivos: O clube tem renegociado prazos, juros e condições com credores para aliviar o fluxo de caixa e reduzir o impacto financeiro a curto prazo.
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Impacto no orçamento de 2025
A alta dívida do Galo afeta diretamente seu planejamento orçamentário. Em 2025, o clube já trabalha com um cenário mais restritivo, principalmente após ficar fora da Copa Libertadores, o que reduz consideravelmente as receitas previstas com premiações e bilheteria.
Por conta disso, a gestão atlética prioriza austeridade financeira e eficiência na alocação de recursos, visando manter a competitividade em campo sem comprometer ainda mais a saúde econômica da instituição.
Participação da SAF e aporte de investidores
A SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Atlético-MG teve papel fundamental no aporte de capital em 2024 e segue sendo um pilar estratégico para a reestruturação do clube em 2025. A entrada de investidores relevantes trouxe fôlego ao caixa, além de abrir portas para novas possibilidades comerciais, inclusive com naming rights e venda de ativos.
Entre os investimentos mais significativos, destacam-se contribuições de empresários ligados ao clube, que somaram mais de R$ 200 milhões em aportes recentes. Parte desses recursos foi usada para amortizar dívidas mais urgentes e bancar melhorias na estrutura da Arena MRV.
Como a Arena MRV afeta o caixa do clube
Apesar de ser uma conquista histórica para a torcida, a Arena MRV representa hoje um dos principais passivos do clube. Os custos totais de construção giram em torno de R$ 1 bilhão, e uma parte significativa disso ainda está sendo financiada por meio de dívidas e compromissos de longo prazo.
No entanto, a expectativa é que, com a consolidação do estádio como nova fonte de receitas (bilheteria, aluguel, eventos, camarotes, etc.), o clube consiga gerar caixa suficiente para abater parte da dívida vinculada à arena nos próximos anos.
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Perspectivas para os próximos anos
Apesar do cenário preocupante, há otimismo nos bastidores quanto ao futuro financeiro do Atlético Mineiro. A diretoria trabalha com uma meta de reduzir substancialmente a dívida até 2028, com base na expectativa de novos aportes, valorização de ativos, vendas de jogadores e aumento das receitas operacionais.
O clube ainda opera com despesas superiores às receitas, mas espera reverter esse cenário por meio de cortes, renegociações e o crescimento de receitas sustentáveis.
Conclusão
A dívida do Atlético-MG em 2025 ainda é um grande desafio, mas o clube conta com um plano robusto de reestruturação e vem executando medidas importantes para mudar esse cenário. Com equilíbrio, investimento inteligente e o apoio da torcida, o Galo busca um caminho que una responsabilidade financeira e sucesso esportivo.