Novos donos, tensão e muito dinheiro: a nova era do Chelsea na Liga dos Campeões

Resumo
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Clube volta ao mata-mata da competição muito diferente dos anos anteriores

O Chelsea inicia uma nova fase nesta terça-feira (15), às 17h, com o jogo de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, contra o Borussia Dortmund.
Três jogadores da popular janela de inverno podem estrear na competição: Enzo Fernández, João Félix e Mudryk. Junto com eles, outros reforços como Raheem Sterling, Wesley Fofana e Marc Cucurella formarão um dos times mais caros da Europa – e automaticamente serão favoritos à conquista do troféu.

O clube investiu mais de € 611 milhões, ou R$ 3,3 bilhões, em transferências nesta temporada, quase metade dos quais somente na última janela, em janeiro.

O gasto é tão alto que supera todos os clubes da Premier League reunidos no mesmo mês do ano passado.

Todas as transferências do Chelsea nesta temporada

Enzo Fernández (meio-campista) – 121 milhões de euros
Wesley Fofana (Defensor) – 80 milhões de euros
Mykhailo Mudryk (atacante) – € 70 milhões
Marc Cucurella (lateral-esquerdo) – € 65 milhões
Raheem Sterling (atacante) – 56 milhões de euros
Benoît Badiashile (defensor) – 38 milhões de euros
Kalidou Koulibaly (Defensor) – 38 milhões de euros
Noni Madueke (atacante) – 35 milhões de euros
Malo Gusto (lateral-direito) – 30 milhões de euros
Carney Chukwuemeka (meio-campista) – € 18 milhões
Andrey Santos (meio-campista) – 12 milhões de euros
Pierre-Emerick Aubameyang (atacante) – 12 milhões de euros
David Datro Fofana (atacante) – 12 milhões de euros
João Félix (atacante) – empréstimo de 11 milhões de euros
Gabriel S?onina (goleiro) – € 9 milhões
Denis Zakaria (meio-campista) – empréstimo de € 3 milhões

Esta é a primeira vez que o Chelsea gasta tanto em uma temporada em muito tempo. Uma novidade que pode ser explicada pelo verdadeiro terremoto que o clube passou menos de um ano após conquistar o tão sonhado Mundial de Clubes.

O novo proprietário promove mudanças bruscas no clube

O novo Chelsea começa em maio de 2022. O então magnata russo Roman Abramovich vendeu o clube por £ 4,25 bilhões (R$ 25,5 bilhões) para um consórcio liderado pelo empresário Todd Boehly. Um ato causado por pesadas perdas devido às sanções ocidentais, em repreensão à guerra na Ucrânia.
Foram meses de negociações que causaram uma grave crise financeira para o clube: após o congelamento dos bens de Abramovich, o clube se viu sem caixa. Ele teve que pedir o adiamento das partidas, não conseguiu vender ingressos e ficou sem dinheiro nem para uma viagem regular a Middlesbrough, que custa cerca de £ 15.

O dinheiro veio com a compra do clube por Boehly, que demitiu a diretora Marina Granovskaia e o presidente Bruce Buck e se nomeou diretor interino de futebol.
A saída de Granovskai não agradou ao elenco e à equipe do clube. No Chelsea desde 2003, ela era o recurso de confiança de Abramovich e agia como um elo de ligação entre os jogadores e o conselho. Ele administrava contratos, organizava viagens e criava um elo entre a diretoria e os jogadores. Ela foi fotografada com Leila Pereira durante a final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2022 em Abu Dhabi.

Desgastes e encontros insuportáveis: a fritura de Tuchel

Thomas Tuchel não gostou das mudanças. Os pedidos do técnico alemão, como Gabriel Jesus para o lugar de Lukaku, não foram atendidos. Se já não é fácil conviver com ele, o facto de ser um treinador de futebol que lida com executivos azedou completamente as relações: Tuchel detestava reuniões intermináveis ??e os novos donos queixam-se de que ele é muito seco.

O desgaste já era evidente no elenco, com alguns jogadores reclamando da falta de diálogo ou das constantes mudanças no time titular. Lukaku, Timo Werner e principalmente Ziyech, conhecido por seu temperamento forte, reclamaram da “mudança” no alemão.

Graham Potter não começa bem, mas está ganhando apoio

Apesar de Pochettino e até do nome de Zidane serem considerados, o Chelsea nunca trabalhou com outro nome que não fosse Graham Potter para substituir Tuchel. A ideia dos novos donos era clara: ter um treinador mais acessível para desenvolver os jovens e poder ficar por muito tempo, como fez no Brighton.
O desempenho com 8 derrotas e 7 empates em 30 partidas disputadas não foi exatamente o que se esperava. Alguns jogadores ainda não se sentem totalmente seguros com a situação do clube, apesar dos elogios do técnico por tratar a equipe com cordialidade. Há também o fator lesão que impediu Potter de jogar novamente até agora – e resultou em demissões da equipe.

Nada disso ameaça o treinador.

Os proprietários avaliam o desempenho tão normal quanto uma grande mudança e acreditam que Potter é o nome certo para reformar os bastidores do futebol do Chelsea também: o clube quer um sistema de recrutamento e análise semelhante ao do Arsenal.
O principal diagnóstico dos novos donos é que o Chelsea precisa investir mais na base. Muito criticado pelas contratações e pouco divulgado, a nova era do clube tem uma visão mais voltada para o desenvolvimento das categorias de base e contratações pontuais de jogadores que podem dar uma visão técnica imediata. O clube também quer construir um banco de dados mais extenso e delegar decisões, inclusive de treinadores.

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