Forte Futebol, grupo de dirigentes que negocia a fundação do bloco, discute a proposta apresentada pela gestora de ativos oriunda dos Estados Unidos.
O técnico norte-americano Serengeti abordou representantes dos 26 clubes da Liga Forte Futebol com uma proposta para se tornar um potencial parceiro da liga para o clube de futebol brasileiro. O valor empenhado pela empresa é de aproximadamente R$ 4,85 bilhões.
Os diretores do Forte Futebol se reunirão na tarde desta segunda-feira, inclusive para tratar do assunto. Os termos e condições da oferta podem ser renegociados e alterados até serem assinados.
Pelo acordo, a liga será formatada como uma associação de propósito específico (SPE), da qual os clubes farão parte. Se a oferta for aceita, seus diretores venderão uma participação de 20% no negócio para a empresa, que se tornará sócia-gerente do futebol.
O Serengeti se comprometeu a pagar esse valor em três parcelas. A primeira metade do valor, cerca de 2,4 bilhões de reais, será depositada imediatamente. As parcelas subsequentes de R$ 1,2 bilhão cada vencem em 12 e 18 meses, respectivamente.
Essas cláusulas só são válidas se a liga de clubes tiver pelo menos 36 representantes no Campeonato Brasileiro e na Série B em 2023. Se houver menos membros, o valor da doação será reduzido.
Supondo que a liga tenha pelo menos 22 clubes nas duas principais ligas nacionais, o investimento para comprar os mesmos 20% seria de R$ 2,18 bilhões. Os dirigentes têm até 30 de abril deste ano para decidir quantos e quais clubes farão parte da liga para definir os números.
Incentivos para formar coalizões
A Serengeti é uma empresa de gestão de investimentos com sede nos Estados Unidos, fundada em 2007 por Joseph LaNasa. Quando foi apresentada ao dirigente, em dezembro passado, seu nome já estava no noticiário esportivo brasileiro. Este é o cerne do debate entre os cartolas.
Além da doação do bilionário, a empresa disse que pagou a cada clube do Forte Futebol um depósito de 350 mil reais como um “gesto de boa vontade”, que seria depositado em suas contas bancárias antecipadamente.
A transferência só acontecerá se pelo menos 22 dos 26 clubes que já compõem o bloco aceitarem os termos. E se o campeonato não puder continuar, o dinheiro precisa ser devolvido ao gestor de investimentos.
Hoje, nos bastidores, persistem obstáculos entre os líderes sobre a formação da coalizão. Enquanto o Forte Futebol representa os interesses de 26 clubes, existe também um grupo de 18 clubes denominado Libra. As negociações entre os dois lados pararam no segundo semestre do ano passado.
Há divergências sobre a distribuição do valor dos direitos de transmissão, a possibilidade de venda de parte do negócio para um sócio e a operadora.
O Forte Futebol avançou as negociações com a assessoria de três empresas: Alvarez & Marçal, LiveMode e XP Investimentos – esta última incumbida de buscar um acordo com o Serengeti.
Do outro lado está Libra. O bloqueio foi realizado com a ajuda da Codajas Sports Kapital, capital fundada pelo advogado Flavio Zveiter que saiu e assumiu a CBF, e o BTG. Os assessores também fizeram uma espécie de licitação e receberam uma oferta do gerente de investimentos dos Emirados Árabes Unidos, Mubadala.
A associação é financiada instantaneamente após a adesão, compartilhada por todos os clubes. Portanto, esta negociação é um fator chave no resultado das negociações de formação de alianças.
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